sábado, 11 de junho de 2011

felicidade colossal

Ela queria ver o pôr do sol de alguma protuberância.
A tarde tinha estado perfeita. Um calorzinho entrecortado por entre nortadas frescas. As nuvens no céu estavam alinhadas ao desalinho, numerosas, mas não o suficiente para nublar o dia. O sol, lá se mantinha, para todos, castíssimo.
Ela hoje foi ver o por do sol.
Chegou ao Alto do Cabeço e procurou o melhor assento para se sentar. Uma pedra pareceu-lhe perfeita. Ficou ali sentada, queda.
O vento fazia-lhe dançar o cabelo negro. Os olhos verdes jade estavam constantemente a ser invadido pelo negro do cabelo. A pele morena estava coberta de um casaco de linha, fino, mas não o suficiente para não aquecer.
O sol tornara-se laranja e tornara o alto alaranjado. Os olhos verdes pareciam ainda mais brilhantes com a luz a incidir directamente sobre eles.
Ela está a ver o por do sol.
O risco facial que os lábios lhe davam era agora uma elipse com as pontas viradas para cima. Um sorriso sincero, terno, raro.
A vida era simples, e por vezes, a felicidade ainda mais simples.
Ali estava ela, quase de cócoras, as mãos cruzadas à frente dos joelhos, as costas arqueadas, um sorriso na cara e o cabelo ao vento.
O sol era agora o seu epílogo. O laranja tornava-se cada vez mais em carmesim, colorindo a natureza em volta dela. As sombras agigantavam-se e tudo se tornava num mundo de colossos.
Ela hoje viu o por do sol.
A luz do dia ainda persistia, mas o sol já tinha desaparecido ao largo.
Ela levantou-se e o seu sorriso abriu-se mais um pouco. Levantou-se de um pulo e reparou que estava um papel pequeno debaixo de uma pedra. Nele a inscrição: eu vi-te. amanhã, mesmo lugar, mesma hora?
Ela pegou o papel, guardou no bolso detrás das calças e deu ainda mais vento ao cabelo no feliz caminho até casa.


"A felicidade não é fruto da paz, é a própria paz." - Émile-Auguste Chartrier

http://www.youtube.com/watch?v=vjncyiuwwXQ&feature=share

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