segunda-feira, 11 de novembro de 2013

De volta

Hoje volto à escrita.
Faz quase três meses que não escrevo, mas hoje, enquanto preparava os legumes para a sopa de espinafres, lembrei-me que estava em falta com este blog.
Mas sinceramente não tenho nada de novo para vos dizer, humildes quatro leitores regulares.
Nestes dois meses e picos comi, dormi, fui trabalhar e . . .repeti isto até agora, quando vos escrevo com a faca pousada ao lado, ensaguentada de espinafres mutilados.
Atrás de mim a panela ferve demoniacamente o resto dos ingredientes. Batata, courgette, cenoura, tomate e não sei mais o quê.
Mas afasto-me do leit motiv da minha escrita.
Que fiz eu de interessante no último trimestre?
Andei por aqui e por ali, vi mar pinhal, vi campos a perder de vista e rodei quilómetros debaixo dos pneus dos carros. Carros alemães, por sinal.
Matei o meu irmão, esquartejei-o na banheira e limpei o sangue com amoníaco e lixívia. Ia morrendo intoxicado. Aprendi a lição: não juntar líxívia e Sonasol verde!!!
Aprendi também que o sangue não sai da roupa e que os cães destroem facilmente tíbias, e que não gostam de miolos.
O meu irmão era uma pessoa astuta, mas não sabia cozinhar. E aquela perdiz no forno que ele fez, ou melhor, tentou fazer... Que miséria!
Dei-lhe logo com a tábua nas ventas. O sangue espalhou-se em pequenas gotículas pela parede e pelo lavatório. Aquele cabrão nem levar porrada sabia, tinha logo de me sujar a cozinha.
Antes que aquilo acabasse em mal, ou em pior, dei-lhe uma cutelada no crânio, mas deixei-o ficar, para que não me sujasse o chão enquanto o puxava até à casa de banho.
E pronto, o resto já sabem, os cães comeram.
E de resto nada mudou. continuei a ir para o trabalho. A minha mãe sempre a perguntar-me pelo meu mano. Até que eu lhe disse: emigrou. Ou melhor, fugiu com uma preta para a Bélgica. Ao que parece ele tinha-a emprenhado e deixou-me sozinho com a hipoteca da casa onde vivemos. Vivíamos.
Até lhe dei uma morada da Bélgica para ela mandar cartas. A do Durão Barroso.
A preta existia mesmo, e era namorada do meu mano. Um dia, ao terceiro, apareceu-me à porta do quintal. Pedi que entrasse. Disse que nada sabia do meu irmão e servi-lhe chá fervente. Pela cara a dentro.
Estava farto de a ouvir a lamuriar-se, e ainda por cima cozinhava pior que o meu irmão.
Eu pensava que tinha acabado com aquela moinha, mas começou a gritaria.
Acabei por a amordaçar e dá-lhe uns valentes tabefes. Para acabar com aquilo tudo dei-lhe o mesmo tratamento que ao meu mano. Acho que devem ser felizes, agora os dois mortos da mesma maneira.
Isto foi a semana passada.

Hoje estou a fazer a sopa. Convidei uma amiga para vir cá jantar. Ela insistiu em fazer metade do jantar.
Adivinhem o que vai ser...
Perdiz assada...

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