sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

estreia

a estreia, a primeira vez, tão estranha como um cometa milenar, tão auspiciosa como um milagre, tão terrena como o mitigar da fome.
"a nossa vida é feita de pequenos nadas", disse um dia o poeta, ou o Sérgio Godinho... colou-se-me à retina, enlapou-se-me na pele, como parasita ao seu hospedeiro, sendo que aqui ambos parasitamos e ambos hospedamos, uma simbiose interesseira e curriqueira, que eleva matéria e massa, massificando crenças e vontades, sorrisos sorridentes, entre dentes e lábios.
no fim...o fim NADA conta, e o nada de novo na VIDA e na morte, porque a vida niilista emboca na morte perene, na morte viva, que se sente por quem não morre, mas por quem perdeu o seu nada, UM seu nada, indivisivel e uno, conquanto social e à mercê de quem o apanhasse

a vida é assim... ou não, a vida são nadas, e quando o nada se torna INTEIRO, então teremos vivido e não voltaremos, porque não se pode voltar aonde nada aconteceu, porque nada terá acontecido.

1 comentário:

  1. são estes nadas que são tudo... que nos preenchem, que nos fazem ser nós, que nos fazem sentir... que fazem da nossa vida uma VIDA!! estes nadas que se chocam e entrelaçam com tantos outros nadas e que estão constantemente a ser escolhidos e a determinar o nada seguinte. É a magia da vida... por muito determinado que o futuro esteja (pelo menos é o que nós pensamos), um simples nada pode mudar tudo!

    Por isso é que, não tão poucas vezes quanto isso, eu paro, olho, respiro fundo e obrigo toda a gente que está comigo a "absorver" o momento... aquele nada que naquele momento é mais que tudo =D

    Desculpa... excedi-me no comentário =P

    ps. vi um filme que mostra a influência de pequenos nadas da vida.. é um bocadinho alternativo e confuso mas eu gostei ;) chama-se Mr. Nobody

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