quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Das Vidas Pequenas

Ouvi no outro dia um escritor dizer que a ignorância é amiga da felicidade. Na altura até me fez sentido.
Pensei rapidamente nas pessoas em meu redor, naquelas que eu considerava mais ignorantes, e notei que isso era verdade.
Eles, por desconhecimento, não sabem o que é uma secret agenda, pensam que tudo o que passa nas notícias é verdade e que as melhores coisas que se pode fazer em social são falar de bola, mal dos políticos, queixar-se do trabalho e pouco mais.
De facto, comparativamente a mim a ignorância deles até me deixa algo invejoso.
A vida deles é mais leve, pensam em menos assuntos e de certeza que se aplicam mais e melhor nos interesses deles que eu nos meus 23 ofícios da cabeça.
Em contrapartida eles, que na minha arrogância, sabem menos das coisas do mundo que eu, e que deveriam ser felizes porque despreocupados, não o são.
Olho para eles e estão sempre rezingões. Aliás o que acima disse confirma-o. Só se queixam e reclamam, não aproveitam o sol ou a lua.
Os jantares fora servem para gozar uns com os outros ou para gozar com os da mesa ao lado. O humor nunca é uma coisa inocente ou geral, é sempre pessoal e agressivo.
Lembro-me do 1984 e de a esperança estar na plebe. A início também concordei, mas a prazo não. E o prazo é-o estes ignorantes.
Não há esperança na plebe, há esperança que a plebe eduque uma geração com um grande ponto de interrogação na testa e não um ponto de exclamação.
Até lá regozijemo-nos com os programas de opinião e os reality-shows e não ladremos enquanto a caravana e o rolo compressor passar.

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