segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Sapatos Negros

O seu cheiro quente e perfumado, a sua voz baixa e sensual, o seu corpo torneado e sem adornos, as suas mãos longilíneas e delicadas, os seus sapatos caros e negros.
A ausência de roupa no seu corpo e a dizer-me amo-te e eu a responder coisa nenhuma a não ser beijos e as minhas mãos a quererem sentir a sua pele por inteiro, sem se cansarem mas sempre em vão.
Sabia que se viria sentar no meu colo, com o cabelo a tapar-lhe parte do rosto, deixando-lhe apenas um olho castanho escuro à mostra.
O meu corpo musculado em certa medida contra o outro, pele contra pele, volúpia contra volúpia.
Havíamos de acordar em concha. Eu primeiro, como sempre.
Eu a levantar-me, a fazer o pequeno almoço e a pensar levá-lo à cama, e nessa altura a paixão da noite anterior acorda, sorri e diz-me: "és o homem da minha vida André"
E eu digo: "E tu o da minha Alexandre".

Abraçamo-nos pela primeira vez com a luz do dia e eu roubo um gomo de laranja do tabuleiro.

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